O autor acredita que o problema da avaliação está na postura do educador, pelo fato de nós viver em uma sociedade de seleção e exclusão dos alunos. Portanto, para que a avaliação mude de sentido, ela dever passar a ser um recurso que o professor utilize para ter conhecimento de como anda a aprendizagem da sua turma, pois só através dessa análise, o mesmo poderá criar mecanismos que possa auxiliar e fortalecer o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
A dificuldade
de mudar a imagem da avaliação nas escolas e universidades, e porque os
docentes seguem uma prática que vimos que não dá mais bons resultados, pois
vivemos em uma sociedade de seleção e exclusão, como dopemos citar o caso dos
pré-vestibulares, que agora são Enem onde a prática avaliativa se torna injusta
e arbitrária, dificultando os alunos do seu direito de ter uma educação
progressiva e contínua. Existem muitas situações na comunidade escolar que o
grande problema está na postura do educador, porque usa métodos que não
intervém no processo de aprendizagem dos educandos, por isso que essas práticas
avaliativas inflexíveis é um verdadeiro massacre na aprendizagem.
Práticas que
não respeita a diferença entre os alunos, onde essa diferença aparece sempre
junto com o conceito de incapaz, na qual o contexto escolar não exerce
efetivamente uma ação educativa de respeito e acompanhamento do desenvolvimento
dos alunos, onde não se tem uma compreensão mais ampla da sua aprendizagem.
Portanto, é preciso questionar os princípios que fundamentam algumas práticas
avaliativas, que cada vez mais estão estreitas e padronizadas.
As vezes o
fracasso dos alunos vem por parte dos professores, por não terem uma metodologia
eficaz que alicerce a sua prática avaliativa. Porém a avaliação ela deve ser um
momento auto avaliativo para ambos as partes, onde leva em conta a relação
entre o avaliador e o avaliado, mas pra isso o educador tem que sempre rever a
sua prática, pois e na escola que existem diferentes realidades, as quais o
educador na maioria das vezes não consegue enxergar, porque o professor não
articula a aprendizagem com o conhecimento do aluno.
Já que são
eles que constrói o contexto avaliativo, que seleciona os conteúdos, a
sequência que serão apresentadas, os textos e testes referentes. Tem-se um
objetivo muito importante no aprendizado dos alunos, pois ele é responsável
pela transmissão do conhecimento dos alunos, onde deve atribuir mudança no modo
de pensar e agir, onde ele questione e deixe espaço para ser questionado pelos
alunos, levando sempre o respeito ao outro. Mas não é isso que vemos em nossa
realidade, já que são eles que atribui conceitos e pontuações ou elabora um
parecer sobre o educando, que na maioria das vezes não tem o poder de
compartilhar as ideias com a turma.
Um grande
problema que podemos mencionar e talvez faça parte desse processo de
verificação e classificação, é o motivo de considerar os alunos diferentes, em
incapazes. Pois não é um fator correto de ser considerado, por isso que existe
muitas críticas sobre essa visão, de um aluno ser diferente, ele não é capaz de
aprender, classificado essas pessoas com incapaz no processo de assimilação do
conhecimento. Para que isso seja mudado, é interessante o professor conhecer o
contexto dos alunos, respeitando assim suas diferenças e limites, já que eles
são formados dentro de um grupo sócio cultural.
Porém, o
professor tem a necessidade de ter um olhar atento sobre o estudante, porque
cada etapa do seu processo de vida é altamente significativa e precedente das
próximas conquistas. Então, no começo vai ocorrer muitas noções erradas e
distorcidas ao logo do percurso que o professor faz para identificar as
diferenças de cada um dos alunos, pois o conhecimento é construindo de forma
lenta, e vai se ampliando pelas suas próprias ideias e ações diante sua vida
escolar. A prática que favorece esse conhecimento do aluno no processo
avaliativo, vem se desenvolvendo no momento que o educador começa a entender e
perceber a importância de uma ação pedagógica bem planejada para a superação de
qualquer tipo de obstáculos que venham a acontecer.
A competitividade
tem suas fortes raízes na formação escolar, porque os educandos vivem numa
sociedade competitiva, pois de muito cedo aprendeu na escola a duvidar as
opiniões dos outros colegas, e só acreditar naquilo que o professor diz, por
achar que eles são os donos dos saberes. Nessa competitividade, acaba ocorrendo
muitos preconceitos no hábito escolar, no qual os alunos que se consideram
inteligente, humilha aqueles que eles acreditam que não sabem de nada, fazendo
uma diferenciação e até mesmo excluindo. Os exames nesse caso, é um forte
instrumento que estabelece essa competitividade devido seu foco que é a de seleção,
e isso promove que eles sejam competitivos e individualistas. Mas para que esse
processo de competição acabe, é importante aplicar no processo avaliativo um
olhar de valorização e investigação, sobre as diferentes formas de ser e pensar
dos professores e alunos, podendo deixar de lado competição e gerar a
cooperação, para a produção de um novo conhecimento escolar.
Mesmo assim,
temos que respeitar principalmente a história de cada um dos alunos, e ajudarem
eles em suas necessidades. Já que a história não foi nada boa, em relação ao
seu rendimento escolar, onde foi, e ainda é estabelecida por uma prática
tradicional de avaliação, onde seu processo avaliativo é de classificação, ou
seja, de classificar os alunos diante dos instrumentos classificatórios que
eles utilizam para verificar se o aluno aprendeu ou não. Então, o processo
focaliza em uma ação avaliativa mediadora na medida que a transformação da
aprendizagem se torne um trajeto enriquecedor, onde o aluno pode analisar seu
desenvolvimento diante dessa ação avaliativa adotada. Portanto, esse trajeto é
muito importante, porque é o momento que o professor acompanha o pensamento do
aluno, sempre fazendo provocações para saber em alguma hipótese, sobre o seu
saber e sobre o seu jeito de alcançar o saber.
Portanto,
existe vários olhares sobre a avaliação, mas na medida que prática
classificatória se instalou em todos os níveis da educação do nosso ambiente
escolar, que ficou difícil até de desconsolar essa prática. Contudo o professor
tem que ter um olhar construtivo na avaliação, onde o educador vai trazer pra
si um compromisso aprofundado e contextualizado na sua consciência sobre a
realidade social.
Referência
HOFFMANN, Jussara. Novos olhares
sobre a avaliação. In: HOFFMANN, Jussara. Pontos
& contrapontos: do pensar e agir em avaliação. 10. Ed. Porto Alegre:
Mediação, 2005, p. 11-34.
Nenhum comentário:
Postar um comentário