“A transição dos hábitos de examinar na escola para hábitos
de avaliar exige atenção constante, [...]” p. 67
Então, para que ocorra essa
mudança do ato de examinar para o ato de avaliar, os docentes têm que ter em
mente um processo já bem definido, para que não planeje um modelo que traga
resultados insatisfatório, mas também eles precisa ter uma personalidade forte
para criar hábitos novos, para que ocorra interação entre o educador e o
educando, trazendo ao todo resultados positivos no processo de
ensino-aprendizagem.
“[...], a história da educação
nos aprisiona. No que se refere à avaliação da aprendizagem, nós educadores
temos estados de aprisionados a padrões de compreensão e de conduta que vem de
séculos passados; [...]” p. 68
As contribuições da história da
educação é um fator que dificulta a transição dos hábitos relativos aos exames
para hábitos relativos a avaliação. Então, os docentes estão aprisionados a
padrões de compreensão e conduta, que faz sempre usar o método de exames para
verificar se os alunos aprenderam ou não o que foi transmitido pelo professor
na avaliação da aprendizagem, por isso que as escolas brasileiras não consegue
produzir resultados bem-sucedidos, pois os alunos estão ali só para executar o
que o professor apresentou em sala de aula, na qual o principal função do
docente é acompanhar a aprendizagem do discente e isso não ocorre. Para que
isso seja mudado, é importante o professor remover esse modo de agir e
compreender, e sempre buscar inovações no processo de aprendizagem dos
educandos.
“Michael Foucault, em seu livro
Vigiar e punir, nos lembra, [...] do final da Idade Média, passamos, na
emergência da modernidade, para os mecanismos de disciplinamento através dos
micropoderes, que são recursos silenciosos de controle de pessoas e de grupos
humanos, que operam no seio das instituições sociais.”
Nesse período era os exames que
controlava os alunos na escola no seu processo de aprendizagem, já que os
professores carregavam uma estratégia, onde eles acreditavam que os alunos
aprendiam por meio de ameaça e castigo, no qual o aluno era pressionado a estudar
para tirar notas boas, e com virtude não era castigado. Com a permanência dessa
metodologia de verificação por muito tempo, acabaram criando um padrão de
conduta no modo de agir dos educadores, deixando a ficar à mercê dos exames.
“Não se pode negar o passado, o
que se pode fazer é superá-lo, incorporando o que ele ofereceu para a história”
p.69
Por não ser fácil modificar esse
hábito de avaliar a partir do exame, pois ela foi construída a séculos, e se
tornou resistente a mudanças. Então para que esse hábito seja revisto, temos de
agir em conjunto com os professores, para que possa ser incorporado uma nova
visão e um novo modo de avaliar a favor da aprendizagem.
“[...]: o modelo de sociedade
vigente na modernidade, que é excludente.”
No momento que vivemos em uma
sociedade que utiliza meios que exclui o aluno no seu processo de
ensino-aprendizagem, usando instrumentos onde só faz classificar ele e não se
importa com seu aprendizado, é um fato que merece sempre ser contestada, para
que procure soluções que ajudem transformar esse hábito de verificar os
educandos no seu processo de assimilação do conhecimento, para um hábito de
avaliar.
“A avaliação da aprendizagem é
democrática, pois que, sendo inclusiva, acolhe a todos, o que se opõe ao modelo
social hierarquizado e excludente da sociedade burguesa, daí ser difícil
praticá-la.” p.70
Vivemos em um modelo de sociedade
que é excludente, e isso torna difícil a mudança de maneira de avaliar, pois o
modelo de avaliação da aprendizagem é democrática e inclusiva, o que se opõe ao
que vivemos em nossa sociedade. Porém devemos agir de forma crítica e ter a
vontade de se confrontar esse modelo que já não é mais eficaz.
“O ato de usar a avaliação da
aprendizagem dentro da escola, hoje, configurada com investigação e intervenção
a serviço da obtenção de resultados bem-sucedidas, é um ato revolucionário em
relação ao modelo social vigente.”
A avaliação da aprendizagem nos
dias atuais, os docentes seguem um modelo já pré-definido e não fazem nada para
intervir, se incomoda no que é fácil de fazer, por isso vivemos numa sociedade
excludente. Já que vivemos numa sociedade assim, os professores têm que ser
críticos e reflexivos, para que o ato de avaliar seja configurado para trazer
resultados bem-sucedidos, onde o objeto (professor) tem que ter comprometimento
com a comunidade escolar que ele atua.
“[...], a experiência biográfica
de cada um de nós educadores. Este fator atua fortemente na constituição e
manutenção da resistência ao trânsito do ato de examinar para o ato de avaliar.”
Esse é um fator que fortemente
atua na resistência da mudança do ato de examinar para o ato de avaliar, porque
durante a sua vida acadêmica, os professores sempre foram avaliados. Agora que
se tornaram professores, eles replicaram o que acontecia com eles quando era
alunos, onde estão examinados os alunos do mesmo modo que foram examinados. Mas
para romper esse modo de agir, os educadores têm que ser um indivíduo
consciente, atento e cuidadoso, para que consiga mudar esses velhos hábitos.
“Para transitar do ato de
examinar para o ato de avaliar na escola, necessitamos de proceder a uma
metanoia, termo grego que significa conversão.” p. 71
O instrumento de avaliação, nesse
caso o exame, ele incorporou uma metodologia de ensino, onde o professor tem
sempre o foco de verificar os alunos, mas essa prática usada não ajuda muito no
processo de ensino-aprendizagem. Para que ela torne satisfatória, seria
necessário a mudança do ato de examinar para avaliar, pois requer uma conversão
no sentido de substituir conceitos e modos de agir que não remetem a real
função do educador.
“Avaliar é um ato subsidiário da
obtenção de resultados positivos com nossa ação.”
Esse sempre é o foco, buscar
resultados positivos. Mas os educadores as vezes é o principal ator de buscar o
fracasso dos educandos, pois eles criam provas desnecessárias para os alunos.
Portando, o ato de avaliar oferece recursos para investigar os conhecimentos
dos alunos, a partir daí ele pode intervir, caso for necessário, para sempre
encaminhar na direção de bons resultados, mas para isso se faz necessários
oferecer novas práticas, ou seja, é preciso mudar.
Referência
LUCKESI, Cipriano Carlos. De
examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In: LUCKESI,
Cipriano Carlos. Avaliação da
aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez,
2011, p. 67-72.
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